Eduardo Campos - Politica ativista
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A atualidade torna o cenário político delicado. No profundo dos bastidores da política o que falta é ética e ética é uma qualidade subjetiva que não se ensina a ninguém. O que se vê estampado na mídia é apenas a ponta de um Ice Berg, sintoma de uma patologia moral. A política de Estado no Brasil tem vivido novos dias sombrios. A ideologia partidária fala mais alto e não há, possivelmente, um projeto de Estado. Só quem decide ser candidato a alguma função política experimenta o árduo processo da campanha que, entre tantas outras barreiras, esbarra nas disputas internas e partidárias. Quem sofre é a população. Fazer política séria, voltada para a realidade socioeconômica da população mais sofrida, excluída, devastada, se torna missão e luta. Como disse Eduardo de Campos Garcia: eu acredito em uma política colocada em prática tendo como base a ética, a solidariedade e a luta. Afinal, a vida e a morte dos mártires e de líderes populares não pode ter sido em vão.
A priori, é preciso compreender que não é possível desvincular vida pessoal de base política porque todo ser humano é, por si só, um ato político que se lança no cenário do cotidiano. Todo aquele que pega sua condução pública ou o seu carro, toda rotina de trabalho e a organização da família, todo aquele que circula pelo seu bairro, todo aquele que exerce sua função profissional na formalidade ou informalidade, na medida em que concorda ou discorda com a vida que leva, coloca em prática o ato político. O homem e a mulher preta, os LGBTQIA+, as pessoas de fé em sua diversidade, as mulheres, os PCDs, os indígenas, todo aquele que se manifesta contra a tradição que o oprime coloca em cena o ato político. A política é a força propulsora da conduta, aquilo que sustenta e pulsa a democracia. Todo ser humano é um ser político e essa performatividade necessita de reconhecimento e aceitação. De onde se vem, a ancestralidade, os laços constituídos formam o “lugar de fala” e, lugar de fala é posicionamento político.
Mas é preciso compreender a natureza política porque cada modelo exerce força diferente sobre a população. Existe a política partidária, política ativista e política de movimento. É nesse cenário que Eduardo Campos se mantém firme e decidido. Nascido em Mogi das Cruzes, filho de mãe paulista e pai gaúcho.
Eduardo de Campos Garcia ou Eduardo Campos como é conhecido em sua atividade política, começou sua atividade partidária junto a juventude do PMDB, depois filiou-se ao PT onde teve sua formação política e se lançou candidato a vereador pela primeira vez no município onde nasceu. Com longa atividade junto ao Partido dos Trabalhadores, migrou para o PCO e em 2020 se filiou a Rede Sustentabilidade. Foi pela Rede que Eduardo Campos se lançou candidato a vereador em São Paulo propondo uma plataforma consistente tendo como bandeiras sua luta de vida: comunidades LGBTQIA+, PCDs e indígenas, população preta e espiritualidade de forma ecumênica. Assumido socialmente GAY desde seus 18 anos de idade, em 2017 se casou com o investigador de Polícia Hélio Ramos de Araújo – chefe da delegacia eletrônica do Estado de São Paulo, companheiro que partiu em função da COVID-19 e do precário sistema de saúde pública do País no dia 30 de março de 2021. Sua condição de Luto provocou a necessidade de compartilhamento e acolhimento de tantas outras pessoas que viveram a mesma experiência, em maio de 2021 fundou o Grupo de Apoio Colaborativo a Homoafetivos em Situação de Luto. Autor de vários livros, capítulos e artigos sobre Inclusão Social, Diversidade Humana e Políticas e Práticas de Inclusão, Eduardo Campos acredita que a base para a mudança está no feminismo, não como uma atividade exclusiva das mulheres, mas como uma tecnologia política e um método para a mudança. O feminismo, antes de tudo, é oposição a tudo que foi construído tendo como base o patriarcado cujo fenômeno social foi nominado de machismo. Entretanto, como elemento essencial de uma nova política, o feminismo acolhe todas as ações de luta da população mais sofrida.
A compreensão sobre o feminismo não é à toa, Eduardo Campos foi orientado em seu Mestrado e Doutorado pela Escritora e Professora de Filosofia Márcia Tiburi, por quem tem forte admiração. Com ampla formação, Graduação em Letras e Pedagogia, Especialista em LIBRAS e Magistério do Ensino Superior; Mestrado e Doutorado em Educação, Arte e História da Cultura; Pós-doutorado em Educação e Saúde, PhD em Psicanálise, recebeu os títulos de Professor Cidadão, Notório Saber em Psicanálise e Professor Honoris Causa, Eduardo Campos defende a existência e ampliação do sistema de cotas, tanto quanto a necessidade de discussões mais amplas sobre diversidade e pluralidade humana.
Algumas de suas frases mais citadas é “todo ser humano aprende, cada qual em seu tempo e em cada tempo segundo a sua singularidade”, “filho nasce quando chega, não importa se o caminho é biológico ou a adoção; filho nasce quando chega!”. A luta é cotidiana e a vida segue, é preciso estar atento as dores do mundo para que o fazer político seja a possibilidade de mudança. É nesse aspecto que ser alguém a disposição de ações político partidárias ganha sentido e o sentido está na luta, na história de vida, na experiência pelo trabalho e pelo engajamento social. Apesar disso, Eduardo Campos tem consciência que ser um homem Gay, numa sociedade excludente, torna a sua luta mais árdua porque muitas pessoas não aceitam a visibilidade do grupo LGBTQIA+. Numa campanha é preciso ter mais garra, mais empenho e jogo de cintura porque a qualquer momento a sua condição humana de orientação sexual pode ser alvo de críticas e ataques homofóbicos. Apesar de tudo e com muita luta e determinação, para 2022, haverá novidade, Eduardo Campos está com seu nome disponibilizado para ser candidato a Deputado Federal ou, se acatado pelo partido, poderá ser o primeiro candidato assumidamente Gay ao governo do estado de São Paulo. A luta permanece e a intenção é inovar e renovar a política